A inteligência artificial, parte fundamental das novas tecnologias da chamada "4º Revolução Industrial”, levará a mudanças estruturais profundas em horizontes cada vez mais próximos.
ELA-IA ajuda os países latino-americanos a navegar um mundo em rápida e constante transformação para que tornem os avanços tecnológicos em bem-estar e desenvolvimento humano integral de suas populações.
ELA-IA é um movimento formado por profissionais de saúde, gestores, intelectuais, docentes e ativistas somando esforços para a construção de uma agenda ético-política voltada à pesquisa, ao ensino, apoio e avaliação das novas tecnologias digitais.
Geramos ciclos de debates e reflexões, construimos pontes entre experiências latino-americanas e de outras regiões, promovemos a participação cidadã para que as políticas nacionais de IA sejam ética e socialmente responsáveis em seu desenho e formulação a fim de que estejam à serviço da população.
A metáfora é instigante: no caso da “Petrobrás da IA”, trata-se de lembrar a importância que a Petrobrás teve no impulsionamento do desenvolvimento brasileiro. “O que seria do Brasil sem a Petrobrás?”, questiona o Professor Fábio Borges de Oliveira, diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), e recorda que foi o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) – primo irmão do LNCC, ambos vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – que “descobriu” o petróleo no Brasil. Além disso, ter uma empresa estratégica de IA permitiria trazer de volta ao Brasil diversas “mentes brilhantes”, que hoje estão inseridas em empresas no exterior. “Nós temos força intelectual para criar uma empresa da importância da Petrobrás para a IA”, afirma.
Sobre uma “ANP da IA”, o professor é crítico à proposta de regulação para a IA que está neste momento em análise do Congresso Nacional: a ideia de se instituir uma “autoridade”, em vez de uma “agência reguladora”. Ele acredita que o modelo de agência é mais conveniente do que o de autoridade, justamente para que o órgão regulador tenha autonomia. Mas esta deve ser uma agência regulatória com foco na formação, que ensine “como fazer” de maneira responsável e ética, ao invés de uma agência de fiscalização com poder de polícia. Uma nova forma de postular a intervenção do Estado, cuja missão é o desenvolvimento e a evolução material e cultural de seu povo.
Publicado 12/12/2023
A digitalização da saúde já é um fato e, como se pode concluir dos debates organizados pela Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, a questão é saber se o Estado dará conta de fazer essa transição histórica à altura das necessidades do público e qual sentido se dará ao uso das novas tecnologias.
Os caminhos para a digitalização da saúde passam por desenvolver conceitos a seu respeito em consonância com as ideias centrais de promoção da democracia. É necessário refletir e criar teorias a respeito da plataformização da saúde.
“Temos criado inúmeras tecnologias ou inúmeros artefatos extremamente inovadores em diversos quesitos, mas uma coisa é certa: a velocidade com que temos criado essas tecnologias e disponibilizado ao uso das populações, dos cidadãos, tem sido muito rápida frente às nossas capacidades de reflexão, de imaginação, de análise, de crítica. Lidar com essa desfasagem é um desafio brutal”, resumiu Leandro Modolo.
Publicado 05/10/2023
Pesquisador sustenta: é preciso coragem e imaginação para construir o SUS do século XXI. Para isso, resgatemos a dialética e utilizemos sua potência de transformação que permite ir além do “realismo capitalista” e da tecnoforia.
Um ensaio de Leandro Modolo
A dialética é afirmar que a realização do “digital” não consiste simplesmente na inovação dessa ou daquela tecnologia tal como está sendo orientada pelas atuais forças políticas e econômicas transnacionais – e dominantes. Consiste na crítica capaz de produzir uma transformação do que entendemos como “saúde digital”, para que essa ideia se realize como veículo de transformação da realidade nacional, quiçá latino-americana e mundial. Esta transformação, realizada em nome da crítica ao digital, será a própria realização da “saúde digital”, não mais como uma mercadoria embalada e importada ao gosto do consumidor, mas como um novo conceito – dito de outro modo, sob um novo projeto técnico, político, econômico, social, cultural e ético. Essa é uma atitude crítica dialética.
Talvez a atitude crítica mais profícua frente a novidade da “saúde digital” é nos perguntarmos: o que a “inteligência artificial” e a “hiperconectividade” recolocam como horizonte sociossanitário para o povo brasileiro, para a humanidade e para “Gaia”? O que está inscrito como potência nas novas tecnologias que nos permite recolocar a Reforma Sanitária como “projeto civilizatório”, como uma Reforma Sanitária Digital que seja capaz de realizar o que até então não conseguimos?
Publicado 29/09/2023
Big Techs movem-se para capturar o bilionário mercado da saúde. Em breve, talvez os profissionais sejam dispensáveis, em nome do “melhor da medicina”. É preciso debater e resistir a engodos para explorar as potências libertadoras da tecnologia
Um ensaio de Luiz Vianna Sobrinho
O ‘canto da sereia’, que a promessa do progresso tecnológico sempre nos oferece, aponta para o benefício que a humanidade desfrutará, com a redenção de seus problemas mundanos. No entanto, a história desde sempre, e mais claramente nos tempos modernos, tem nos demonstrado que a posse e o desenho do próprio desenvolvimento tecnológico estão vinculados ao controle e à manutenção das relações de poder. Assim, apesar do estrondoso avanço tecnológico do último século, tragicamente acentuamos mais a distribuição da riqueza produzida socialmente e mantemos grande parte da população mundial sem acesso a esses recursos, nem às condições mínimas para a dignidade humana. E nesse contexto, apresentam-se as capacidades da IA, como a tecnologia que nos ajudará a solucionar todas as crises mundiais. Reconhecendo que essa sempre foi a promessa de outras ondas tecnológicas, esperamos pelo acerto como algo que irá nos redimir de nós mesmos.
Este texto integra o dossiê Inteligência Artificial da nova edição da revista Aurora — que aborda temas relacionados a arte, mídia e política. A revista é editada pelo Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (NEAMP) da PUC-SP.
Pesquisadores, movimentos sociais, governo e empresas começam a formular, em Recife, plano para Complexo Econômico-Industrial da Saúde na região. Em seminário na UFPE, caminhos para retomar a indústria com inovação pensada para o SUS.
Por Fabiano Tonaco Borges
Os vetores de crescimento na quarta revolução industrial de interesse do SUS são as novas tecnologias da informação e bieconomia baseada na biodiversidade brasileira. As novas tecnologias da informação na saúde estarão na vanguarda da expansão do capital no curto e médio prazo. Ela inclui dispositivos de monitoramento remoto como relógios inteligentes (smartwaches), internet das coisas médicas (Internet of Medical Things – IOMT), o desenvolvimento de exoesqueletos com o uso de Inteligência Artificial (IA), cirurgias com braços mecânicos guiadas por IA, uso de realidade aumentada, impressões 3D para reabilitação (e futuramente a impressão de órgãos), uso de assistentes virtuais para profissionais de saúde e pacientes, sistemas de suporte à vida e predição de epidemias e desfechos clínicos.
O INCT TEC CIS 4.0 tem atualmente 92 pesquisadores de todos os locais do Brasil – mas prioritariamente do nordeste – que buscam impactar tecnologias que vão ser desenvolvidas e transferidas para o CEIS.
"Quanto mais capacidade científica e tecnológica, mais nós seremos regionais, nacionais e globais, mas ao mesmo tempo é dizer: o Nordeste tem um grande valor, o Nordeste é uma riqueza. O Nordeste é um espaço novo para o desenvolvimento do Brasil” - Carlos Gadelha
Publicado 01/08/2023
Giliate Coelho, mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de São Paulo, ex-diretor do Datasus e gerente geral de TI da Agência Nacional de Saúde, reflete sobre o atraso tecnológico no sistema público e as enormes potencialidades de uma transformação na Saúde Digital.
Publicado 17/02/2023
Pesquisadores de várias áreas lançam hoje rede empenhada em examinar criticamente o novo salto tecnológico – e disputar seu sentido.
Por Antônio Martins, Outras Palavras
Publicado 16/02/2023
A ONU anunciou o uso de robôs para cumprir funções de cuidado à Saúde. Em entrevista ao Outra Saúde, o médico e pesquisador sênior da Fiocruz, especializado em impactos de nanomateriais, nanomedicina e nanotoxicologia, William Waissmann, reflete sobre os descaminhos das inovações tecnológicas, que hoje servem basicamente à acumulação de capital.
Publicado 10/02/2023
Luiz Vianna Sobrinho reflete sobre como o Norte global se aproveita da falta de serviços de saúde em países africanos para vender-lhes produtos, extrair dados e fazer testes. No Brasil, governo cria secretaria para regular esse mercado. Conseguirá virar o jogo e obter protagonismo?
Publicado 16/01/2023
Ilara Hämmerli, da Abrasco e pesquisadora titular da Fiocruz, além de co-fundadora da ELA-IA, apresenta algumas das principais proposições em entrevista ao Outra Saúde.
Publicado 12/12/2022
Estratégia Latino-Americana de Inteligência Artificial (ELA-IA) conversa com o Outra Saúde sobre como as novas tecnologias vão transformar a Saúde – e por que devemos questionar sua lógica de mercado sem nos deixar levar pelo ludismo.
Publicado 11/11/2022
Luiz Vianna Sobrinho e Leandro Modolo refletem sobre como a medicina de dados e a mercantilização da saúde podem fazer dos doutores meros operadores de algoritmos. Será futuro inescapável ou é possível resgatar a clínica humana? Como competir com a quantidade imensurável de dados, estudos e probabilidades que uma máquina é capaz de processar? Os médicos poderiam ser reduzidos a operadores de protocolos? Fazer medicina será trabalhar com algoritmos?
Publicado 25/10/2022
O pesquisador e co-fundador da ELA-IA, Luiz Vianna Sobrinho, do Observatório da Medicina da Ensp conversa com o CEE-Fiocruz. Médico e autor dos livros Medicina financeira, a ética estilhaçada e O ocaso da cliína – a Medicina de Dados, Vianna fala sobre as mudanças ocorrendo na medicina a partir do avanço da transformação digital, faz uma análise sobre como o SUS vem respondendo aos desafios da era digital e quais seriam as perspectivas de uso das tecnologias pelo serviço público de saúde.
Publicado 17/02/2022
Carlos Octávio Ocké-Reis, economista, ex-presidente da Associação Brasileira de Economia da Saúde, e Luiz Vianna Sobrinho discutem o processo de financeirização que promove o desfinanciamento do SUS e a privatização do sistema de saúde.
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